sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

COROA DE ADVENTO DE AMIGOS


Neste Natal, desejo
fazer do meu coração uma Coroa de Advento
e nela colocar, em vez de velas, fitas e ramos,
as memórias dos meus amigos.

Alguns, distantes
Outros, vizinhos...
Os de outrora e os hodiernos.
Os mais constantes e os eventuais.

Aqueles que não saem da memória
Aqueles meio formais
Os mais chegados e os de vez em quando
Os de luta
E os de paz.

Amigos destros, de centro
e canhestros. Todos são formas
de Deus cuidar de nós.

Meu coração pleno numa
Coroa de Advento anuncia o Natal...
A imagem dos muitos amigos na guirlanda,
pousada na porta do peito, dá boas-vindas a Ele.

Um arranjo de flores e afeições
entrelaçado de amigos
Para que nossas lembranças não se evaporem
no aroma das emoções... e contradições.

Em meu peito, uma coroa viva é o sinal
Afeto, amor, apego,
E que nossa amizade só se aparte por vírgulas,
jamais por ponto final.


sábado, 15 de junho de 2019

O QUE SENTE MEU CORAÇÃO

                                                                (by Fred Salomão)


Homem de sabedoria profunda  
onde a mente inunda 
paixão ao sagrado 
de alguém tão amado 
Amigo Lutano 
Passam-se os anos 
E você encantando 
Os seres humanos 
que por ti conhecem 
lições que florescem 
nos corações viram cor  
em seu canto de amor.

terça-feira, 11 de junho de 2019

ROSA LAVANDA



Em um vilarejo bem distante, havia um horto misterioso,
cuja entrada só era permitida a poucos...
Esse local tinha um codinome: “coração”.
Naquele lugar, vivia uma flor sui generis, uma rosa lavanda,
a qual evolava amor ou encantamento no primeiro olhar.

Um jovem de cabelos longos logo percebeu sua peculiaridade
e no silêncio da noite, ardilosamente adentrou o vergel.
Ele desejava que a flor decorasse seu vaso solitário barato
Desconhecia que a rosa lavanda não servia de ornato.

Ele a removeu de sua terra viva e saiu correndo
A flor melancólica aos bocados ensimesmou-se
Aquela flor miúda que cintilava de todos os ângulos
doravante fez-se um botão descaído, corola em pêndulo.

Seus estames e pistilos combalidos não mais adornavam o solitário do rapaz
Por isso ele descuidou da flor e a alvejou na linha do trem.
A rosa miúda outrora formosa e inebriante
Daí em diante virou utopia, alvitre de uma outra época, tempo em que foi amada.

O jovem nunca mais roubaria de outro parque outra flor
Aquela rosa não podia ser extraída, carecia ser plantada, pois ela tinha nome: “amor”.

Sobre as sépalas mortas da planta já danificada, o homem chorou...
Seu pranto e algumas sementes do perianto no solo germinaram nova flor.

E do abandono que feriu, maltratou e virou húmus
surgiu uma pujante roseira, rica de animus
paixão agora regada com paixão
E o homem descobriu que apenas dessa forma o amor prospera
E o homem descobriu que apenas dessa forma o amor é primavera.

quarta-feira, 1 de maio de 2019

quarta-feira, 3 de abril de 2019

BASTANTE / BASTANTES




BASTANTE PODE SER:

- ADVÉRBIO (relaciona-se com verbo, adjetivo ou outro advérbio)    (=Muito)    é   INVARIÁVEL

- ADJETIVO ou PRONOME INDEFINIDO (relaciona-se com substantivos)  (=Muitos)   é VARIÁVEL
MACETE: trocar por muito/muita para saber se é singular ou plural.

Naquela tarde morna, os amantes estavam bastante íntimos (Lutano).
(advérbio de intensidade)

Em Coroa Grande, surgiram bastantes paixões (Lutano)
(adjetivo)

Estávamos todos bastante cansados.
(advérbio de intensidade)

Lutano tem bastantes seguidores
(pronome indefinido)

As alunas falam bastante
(advérbio de intensidade)

Temo bastante que as boas pessoas tragam bastantes males a este mundo (Oscar Wilde).
(advérbio de intensidade, adjetivo)

Raros são os homens dotados de bastante caráter  para se regozijarem com os sucessos de um amigo sem uma sombra de inveja (Ésquilo).
(advérbio de intensidade).

Há riquezas bastantes no mundo para as necessidades do homem, mas não para a sua ambição (Mahatma Gandhi) / (adjetivo).

Faça da sua ausência o bastante para que alguém sinta sua falta, mas não a prolongue  demais para que esse alguém não aprenda a viver sem ti (Flóra Cavalcante).
(pode atuar como substantivo).

Ele comeu o bastante.
(pode atuar como substantivo)

Sofri bastantes amores na vida (Lutano)
(adjetivo)

domingo, 10 de março de 2019

FIGURAS DE LINGUAGEM (RESUMÃO)




Metáfora = comparação subentendida (O Brasil é um país pivete)
Elipse = omissão identificada pelo contexto [O amor talvez fosse sereno, (se) não houvesse tantas arestas]
Zeugma = omissão de termo já mencionado [Ela pensava em alianças, eu, (pensava) em poesia].
Anáfora = repetição de palavras no começo (A mulher do batom cheiroso viola todo cacau nos lábios / A mulher do batom cheiroso lambuza o próprio beiço de vexame/ A mulher do batom cheiroso quebra o salto no asfalto...).
Assíndeto = ausência de “e, nem, ou..” (Meu amor é um ciclone... vem, valsa, vibra, viola, vai-se embora).
Polissíndeto = repetição dos conectivos entre palavras ou orações (Debruça, e engatinha, e anda, e corre, e voa).
Sinestesia = cruzamento de sentidos (visão, audição, tato, paladar, olfato) [Se acaso um arco-íris / ou o verde da manhã / emitissem som numa simples olhadela, / esse seria o tom maior do sorriso dela].
Antítese = oposição de palavras que já são de sentidos opostos (Eu sonhei um “amor tempo integral” e acordei com um “de vez em quando”).
Paradoxo = contrassenso, união de ideias contraditórias (Sou um homem maduro / Que às vezes brinca de gude / um menino picha muro / Que às vezes usa gravata / um homem que se aplaude... / Um menino que se ilude.
Oximoro = expressão sintética de um paradoxo intelectual. É um recurso específico do domínio literário. (silêncio eloquente, mentiras sinceras, clichês inéditos, lúcida loucura, Rosa, meio cordeiro meio raposa). Já o paradoxo pode ser usado nos mais diversos contextos para designar qualquer situação bizarra, estranha, contrária ao senso comum.
Hipérbole = exagero, ênfase expressiva (Se a água não te molha / é porque não vês / as lágrimas onde me afogo.)
Pleonasmo = redundância (... e chorar meu choro, e sorrir meu riso...)
Catacrese = nomear algo que não possui nome específico (cabeça de alfinete, maças do rosto, braço do sofá)
Hipérbato = inversão na ordem natural das palavras de uma oração (ninguém sou nenhum tenho / existo escritor / deveras pouco mínimo / acaso / que os outros)
Personificação (ou Prosopopeia) = humanizar objetos e coisas abstratas (O vento a flertar com o bambu / que deita na areia / e rincham-se os caules em orgasmo)
Metonímia = transnominação, empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido (Gosto de ler Lutano; Meus lábios precisam dos teus)
Ironia = veicula significado contrário da interpretação literal do enunciado; zombaria (Chove lá fora: era o que faltava para encerrar o meu dia maravilhosamente bem).
Eufemismo = suavizar, amenizar ideias [Alguém morreu (descansou, passou desta para melhor)]
Onomatopeia = reprodução de sons (Débil, débil, muito débil / Um "ran-ran" martelizante ondeia)
Gradação = sequência de ideias (... e não me venhas com esse olhar de vira-lata / eu vim de moto até aqui: / passei pela portaria sem porteiro / subi sete lances de escada / prá te falar que tô dando linha na pipa).
Símile = comparação de dois termos distintos (A ave entoa, adeja, anela / E o poema / Na folha branca como um ultraje uiva).
Aliteração = repetição de sons de consoantes iguais ou semelhantes (mas a rosa, além de rosa, roda rola roça rota frenética)
Assonância = repetição de sons de vogais, especialmente nas sílabas tônicas (Em nome da rima / Lutano / fez esforço sobre-humano / por um amor leviano)
Paronomásia (ou Trocadilho) = utilização de palavras parônimas (não confunda espinafre de caçarolinha com espingarda de caçar rolinha).
Apóstrofe = evocação (Frederico, o tempo andou desenhando teu rosto com uma navalha afiada).














sexta-feira, 8 de março de 2019

ESCOLA SEM ÓDIO: educação não é de esquerda, do centro ou de direita.


Sinto saudade do tempo em que o professor era autoridade em sala de aula. Esse tempo foi anterior a Paulo Freire e sua “Pedagogia do Oprimido”, onde a imposição da figura de autoridade do professor em sala de aula é considerada opressão e, por isso, o aluno não mais precisa obedecer ao professor. Neste sentido, se o professor não pode mais cobrar empenho dos alunos, por que eles irão se esforçar?
Como o governo precisa ter um índice de aprovação positivo, é preciso “relativizar” notas no histórico do aluno todo final de ano letivo.
Desde o primeiro ano do ensino fundamental, passando pelos três anos do ensino médio, em escolas públicas estaduais e municipais, na graduação e na pós-graduação de Universidades Federais e Estaduais, nos deparamos com a famigerada “doutrinação”, embora grande parte dos colegas professores e intelectuais insistam que a “tal doutrinação seja uma falácia”, em verdade, é notória e contumaz a manipulação psicológica destinada a obter a adesão dos alunos a determinada causa durante toda vida escolar-acadêmica.
Da mesma forma que uma bactéria não tem consciência do meio em que se desenvolve e reproduz, se in vitro ou in vivo, os professores, educadores e intelectuais da educação não conseguem mais enxergar a doutrinação devassada na frente deles, como verdade onisciente e onipresente de um partido invisível.
Hoje, a escola está nas mãos “da esquerda”. Mas a educação não deve estar nas mãos da esquerda ou da direita, pois escola NÃO É LUGAR DE SE FAZER POLÍTICA!
Professor precisa ser neutro. Quando tiver que apresentar temas políticos, mister se faz apresentar os dois lados da moeda com a mesma ênfase e importância.
Neste contexto, o modelo atual socioconstrutivista prejudica à larga a formação dos alunos. Falo em nome da minha seara que é a Língua Portuguesa (tão inculta e bela).
Alguns linguistas (chancelados pelo MEC) tutelam que usar a mesma gramática para todas as pessoas do país é uma atitude “antidemocrática”, e que o correto é o sujeito gramaticalizar a fala que ele aprendeu no seu dia a dia, no seu bairro, na sua rua; logo, o Brasil deveria ter uma diversidade de gramáticas. Por esse pensamento, não há problema em se falar “nóis vai”, “a gente somos” e outras excrescências. O resultado disso já desponta no horizonte: a maioria dos alunos não conseguem ler e compreender livros clássicos da nossa literatura que foram publicados em séculos pretéritos, tornando nossa atual cultura cada vez mais inculta e torpe...
O resultado dessa cacogênese pedagógica são estudantes que chegam, não só na graduação, mas no mestrado e no doutorado sem conhecimentos de ortografia e com reduzida capacidade de articular experiência e linguagem. Não é por acaso que a educação brasileira ocupa parcas posições nos ranks internacionais alusivos à educação. E tudo isso porque é errado corrigir um aluno quando ele fala "pobremas", “adevogado”, “ingual”, entre outras apropriações fonético-silábicas socioconstrutivistas de esquerda.
Como remate, infere-se que a imparcialidade e a neutralidade em sala são fundamentais para que a formação do aluno ocorra sem influências ideológicas, uma vez que toda ideologia atrapalha a compreensão da realidade e é dever do professor ensinar as coisas como realmente são independentemente de convicções pessoais.