quarta-feira, 27 de abril de 2011

QUITES

Fulano!
ô! alô! psit! é o Lutano...
Não assisti teu funeral
da mesma forma, ops!
tu não assistirás ao meu.
Estamos zero a zero -
Tchau!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Qualquer Versinho


  - Fale-me acerca do coração -
diz o leitor,
como se esse tema
fosse singelo.

Do coração? - Me divirto
à larga. Logo
o leitor teima:
- Discorra sobre o coração -
sem perceber, inocente,
que este assunto
é martelo.

Dissecar o coração? - Retruco:
Qual a tua intenção? Acho
deseja me fazer andar
no arame do trapézio
sem rede em baixo!

- Não faz jogo duro... - Persevera imediato.
- Qualquer versinho.
Como se ao coração coubesse
- qualquer versinho -
feito em folha de mamão-macho.

Escreva bonito, escreva feio,
um poeminha "n'importe quoi"
- o leitor insiste, como se desconhecesse
que as coisas do coração
não vêm embrulhadas com um laço no meio.

O sujeito interrogando
eu contradizendo
posto nas searas do coração
e da poesia
qualquer verão mal avisado
é veraneio.