Adeus, amor.
Dias e dias, dores e dores
Face manchada de azul
Na lágrima seca cintilante.
UTI, PCR, VAC, NORA...
Tantas siglas pra acabar
No ermo da gaveta,
Cuja única sigla é FIM.
Disse adeus sessenta vezes
Blasfemei sessenta deuses
Quis sabotar a ampulheta
Nada serviu.
Estado crítico, outro dia melhor
(acho que era eu quem queria)
Segunda-feira assim assim
Você partiu, doce serena,
cercada de amigos.
A lágrima azul ficou em mim.
Eu não sabia que te amava tanto
Eu só sabia onde passava o vento
Que ondeava os teus cabelos
E hoje adeja o teu cimento.
Adeus, amor.
Essa lacuna
É quase dia
Eu não sabia que doía assim
Mesmo dito em poesia...
Lindíssimas palavras, Luiz!
ResponderExcluirBem escolhidas e bem colocadas, expressando com carinho o amor a uma mulher que, em torno de si, pôde ter tantos significados: colega, amiga, mãe, esposa, filha...e o mais impressionante, que em todas soube exercer mais que o necessário de maneiras maravilhosas, sem se sobrecarregar com tantas designações.
Para nenhum dos citados títulos há certificado, ao menos, nenhum dos que costumam enfeitar nossas paredes. Afinal, para uma mulher que para muitos representou tantos e tão bons sentidos, o que haveria de reciprocidade de nós para com ela, jamais caberia numa folha de papel. Assim, só poderia ser feita da maneira como foi: na sua eternização em nossas memórias e corações!
Grande abraço!
Ainda que sem a mesma graça...mas a vida continua!
Allan.